Os traques das senhoras

Estou a escrever num café e, na mesa ao meu lado, uma mulher mandou um traque. Mas a sério. E digo a sério não só em relação a isto ter mesmo acontecido como foi um traque a sério. Daqueles tsbummmm!, que impõe respeito aos do Ti Manel dos táxis.

Esta senhora vai ser para mim, a partir de agora, um Super-Herói. Porque eles não existem e eu pensava que isto não existia. Mas afinal existe. E eu ainda cheiro a sua presença.

Atenção: eu sei que as mulheres dão traques e fazem cocó. E desde pequeno que o sei. Não sou daqueles gajos que, ao crescer e perceber que isso acontece, apanha uma valente desilusão com as mulheres e as começa a achar nojentas quando elas dizem que vão à casa-de-banho. "Pois pois, VAIS CAGAR, NÉ? JÁ CÁ TINHA QUE VIR O BAJOLO. A VER SE NÃO CONSEGUIAS VIVER SEM ISSO". 
Aliás, eu até acho que esta desilusão com o universo feminino é a maior causa de divórcios do nosso país. Tantos e tantos gajos que vivem na ilusão até ao dia do seu casamento, passam-no na maior das felicidades e das bebedeiras e, quando chega a noite de núpcias, ele vai a entrar na casa-de-banho, vê a mulher sentada na sanita e um cheiro nauseabundo por trás, que o faz perceber que não é xixi que ali anda:

-A...a... amor...?
-Sim?
-Então mas tu... TU CAGAS?!
-Sim, como todas as mulhe...
-NÃÃÃÃÃÃÃO! E COMO TODAS AS MULHERES?!
-Sim...
-O quê?! A minha mãe e a minha mana?! Também... também fazem isso?
-Claro. Ou julgavas que saía pelo suor, não?
-NÃÃÃÃÃÃÃO! MALDIÇÃO!!!

E é assim que a coisa acaba porque estes gajos não conseguem viver com esta realidade. 

Eu consigo. E jamais vou esquecer a senhora do traque aqui no café. É o meu novo Super-Herói. Será a Mulher-Peidavilha. Porque nunca tinha visto uma mulher dar peidos em público. E foi uma maravilha. É como diz a sabedoria popular: "Eu não acredito em bufas. Mas que as há, há."

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