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Showing posts from July, 2019
Os pares de mamas Em primeiro lugar, quero chamar à atenção para o facto de, indo falar de mamas, não pensem que é feio eu escrever "mamas" logo assim. É mesmo esse o termo científico. Não há cá seios, nem peitos nem nada dessas coisas. Isso são termos tão politicamente como desnecessariamente correctos. "Mama" é a palavra. "Maminhas" também é fofinho. Eu gosto francamente de maminhas. Mas acho que é escusado fazer-lhes referência tantas vezes. Já repararam que, quando dois gajos estão a ver uma mulher com uma bela prateleira, dizem sempre: "Epá, granda par de mamas!" E é aqui que eu estou a tentar chegar: para quê dizer "de mamas"? Então mas o par seria de quê? De dados? Claro que é um par de mamas. Ou se diz: "Granda par" ou simplesmente: "Grandas mamas." Simplicidade, meus caros. Isso chega. Que é a mesma coisa de, quando esses mesmos dois gajos estão a olhar para uma moça jeitosa, e há sempre um que p
A ópera e o sexo Já ouvi inúmeras vezes dizer que pinar a ouvir ópera é brutal. Porra, tenho mesmo que fazer isso. É que já recebi imensas opiniões e são todas todas positivas, que dão vontade de o fazer: “Amadeus, que é tão bom!” “Adorei mas sinto que ainda tenho muito para aprender. Acho que ainda estou um pouco Verdi na coisa.” “Meti a gaita de fora e liguei a música. Foi remédio santo, nem tive que lhe dizer: ‘Chopin-me aqui.’” “Epá, no sexo oral, adorei quando ela fazia movimentos com a Bach ao som da música.” “Ele chamava-se Aldi e, quando se veio, eu até gritei: “Vivaldi!” “Porra, demos duas e ela queria a terceira! E eu ali, num Strauss para pôr a gaita de pé outra vez!” Tenho que mesmo que pinar a ouvir ópera.
O Natal Hoje vou falar do Natal. Sim, eu sei que ainda estamos longe do Natal mas eu gosto do Natal. Aliás, o Natal é algo diferente, algo mágico. E digo mágico porque nos faz desaparecer dinheiro, paciência, tempo e tudo aquilo que nos dá jeito ter nessa altura. O Natal é lixado. Porra, não gosto nada do Natal. Vá, estou a exagerar. O Natal é bom. O Natal é subestimado e altamente subvalorizado. E porquê? Porque não é coerente. Não é totalmente real. O Natal devia ter uma componente mais verdadeira, mais palpável. Por exemplo: todos temos um presépio em casa, não é? Todos temos uma árvore de Natal em casa, não é? Todos temos o bacalhau em casa, não é? Então porque é que não podemos ter um burro e uma vaca em casa também? Desculpem, seria muito mais giro e atribuía aquele lado mais autêntico do Natal. Quer dizer, a bem da verdade, desculpem-me mas eu estou em vantagem: todos os Natais, eu tenho um burro e uma vaca em minha casa. E agora vocês pensam: "Mau, como é que es
O golo de Éder três anos depois - O porquê do cabeção francês Ontem fez três anos do pontapé certeiro de Éder, que nos deu o Campeonato da Europa. Perante uma plateia francesa algo arrogante, as Quinas gritaram mais alto e saímos vitoriosos. Mas o cabeção com que os franceses ficaram não se deveu só ao facto de terem perdido em casa, na final, como nos acontecera em 2004. Não. Eu explico-vos qual foi a maior razão. Sabem que é Éder, o herói improvável desse jogo? Chama-se Éderzito António Macedo Lopes. Sim, ele chama-se mesmo Éderzito. Esta foi a principal razão para esse cabeção:  (Golo de Portugal) Francês Irritado - "Non! Quelle merde! Je ne veux pas perdre!" ("Não! Que cócó! (Não quero muito escrever palavrões. Aliás, estive para pôr aqui: "Que merda do caralho! Que puta de azar!", mas depois não quis escrever asneiras) Eu não quero perder!") Tuga Feliz - "Pois é, Avec. Tás na fossa." (ainda bem que esta parte é em português
O texto de João Moura Júnior No sábado passado, na tourada de Coruche, o cavaleiro João Moura Júnior e a cavaleira Ana Batista foram colhidos por dois touros. Um forcado também partiu alguns ossos da cara durante uma pega e esteve mesmo em coma induzido. Aquela noite foi mesmo uma grande tourada. Na sequência destes "trágicos" acontecimentos, e escrevo trágicos entre aspas porque, numa tourada, há sempre mortos, nem que sejam os próprios touros, o cavalo de João Moura Júnior teve que ser abatido. Perante isto, o cavaleiro escreveu um enorme texto nas redes sociais, a lamentar a morte do seu "companheiro", com quem trabalhava "há quase 10 anos", a descrever a sua ligação ao Xeque-Mate, o cavalo em questão, como se realmente ali houvessem vítimas. Só mesmo o cavalo, porque é o seu próprio dono que o mete ali.  Claro que isto é tudo de lamentar e que ninguém quer que hajam feridos ou mortos. Até aqui tudo bem. A questão é que um cavaleiro sabe
A desreligião Surgiu hoje uma notícia a respeito da religião. Ou melhor, da não religião, dado que o tema era precisamente o facto de mais de um terço dos residentes de Lisboa não assumirem qualquer orientação religiosa. E as entidades que regem a religião da nossa capital estavam chocados e acusaram as pessoas de "irresponsabilidade moral". O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, foi ainda mais longe e referenciou que o Cristianismo é a religião mais perseguida no mundo. Vamos debater isto porque, se por um lado poderá ser verdade, por outro lado, durante imensos séculos, todas as outras religiões foram perseguidas pelo Cristianismo. Ora bem, eu sou cristão. Dentro do Cristianismo, revejo-me no Catolicismo e sou altamente religioso. Tive uma educação e uma influência familiares bastante religiosas mas, ao crescer, claro que fui percebendo como funciona a religião e a Igreja Católica. Fui desenvolvendo a minha percepção e, consequentemente, a minha opinião