O texto de João Moura Júnior

No sábado passado, na tourada de Coruche, o cavaleiro João Moura Júnior e a cavaleira Ana Batista foram colhidos por dois touros. Um forcado também partiu alguns ossos da cara durante uma pega e esteve mesmo em coma induzido. Aquela noite foi mesmo uma grande tourada.

Na sequência destes "trágicos" acontecimentos, e escrevo trágicos entre aspas porque, numa tourada, há sempre mortos, nem que sejam os próprios touros, o cavalo de João Moura Júnior teve que ser abatido.

Perante isto, o cavaleiro escreveu um enorme texto nas redes sociais, a lamentar a morte do seu "companheiro", com quem trabalhava "há quase 10 anos", a descrever a sua ligação ao Xeque-Mate, o cavalo em questão, como se realmente ali houvessem vítimas. Só mesmo o cavalo, porque é o seu próprio dono que o mete ali. 

Claro que isto é tudo de lamentar e que ninguém quer que hajam feridos ou mortos. Até aqui tudo bem. A questão é que um cavaleiro sabe para o que vai. Aconteceu isto, aconteceu. Não é vir lamentar-se, fazendo um texto como se nós fôssemos burros. Não jovem, nós sabemos o que são touradas. E nem estou a meter ao barulho se essa tradição deve existir ou se se trata de massacre gratuito aos animais.

Quer dizer, gratuito não é lá muito, porque paga-se e bem para ver uma tourada. Porra, se é para pagar para se ver ferir e matar animais de grande porte, vou ali para Chelas e pago uma mini e uma sandes de courato e vejo a luta de cães entre o pitbull do Mãozinhas contra o rotweiller do Manel Facadas. É bem mais barato, há certamente mais emoção e, às tantas, até entro na própria luta porque me vão gamar a carteira, atiram-ne para a arena e eu tenho que a ir buscar. É emoção ao vivo.

Voltando ao João Moura Júnior. Este já é o segundo cavalo que lhe morre nas mãos. Hum... ó Jójó, mas tu queres ver que estás amaldiçoado? Tu queres ver que te lançaram um mau-olhado? Tu queres ver q... NÃO, ÉS CAVALEIRO. Portanto, se te estás a queixar, epá, às tantas era melhor então ires trabalhar em algo que não te mate animais ou não te dê razões para vires escrever textos, onde te vitimizas e choras a morte do teu "companheiro".

Mas há mais. Perante isto tudo, ele escreve "enquanto cavaleiro, enquanto homem, enquanto amante dos animais e, sobretudo, enquanto fiel amigo dos meus cavalos". Oi? Alguém leu ali a parte do "enquanto amante de animais? Ai um gajo que ganha a vida a espetar farpas em animais é um amante de animais? Isto é a mesma merda de amar a Marta mas estar sempre a tratá-la mal. 


Quer dizer, isto acontece. Ok, mau exemplo.

Mas achei piada ele escrever no seu texto que as recomendações do médico veterinário foram no sentido de abater o cavalo para "eliminar o seu sofrimento e assim garantir o seu bem estar". Ah ele estava preocupado com o bem estar do bicho? MERDA, NÃO O PUSESSE A CORRER COM TOUROS NUMA ARENA. Valha-me Deus, se esta é a noção de preocupação do João Moura Júnior, até tenho medo como é que ele trata a família:

Filha - "Pai, tenho fome"
João Moura Júnior - "Pois, mas não há comida para ninguém. Isto porque eu te amo muito e estou preocupado com o teu bem estar."
F - "Mas pai, tu não me dás de comida há 4 dias."
JMJ - "Oh filha, nem vais comer agora. São 7 da noite e depois não jantas. Isto porque eu estou preocupado com o teu bem estar."

Tá bem. Olha João, vai mas é jogar xadrez. E se ganhares, escusas de dizer "Xeque-mate!" O bicho não vai aparecer.

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