O Natal

Hoje vou falar do Natal. Sim, eu sei que ainda estamos longe do Natal mas eu gosto do Natal. Aliás, o Natal é algo diferente, algo mágico. E digo mágico porque nos faz desaparecer dinheiro, paciência, tempo e tudo aquilo que nos dá jeito ter nessa altura. O Natal é lixado. Porra, não gosto nada do Natal.

Vá, estou a exagerar. O Natal é bom. O Natal é subestimado e altamente subvalorizado. E porquê? Porque não é coerente. Não é totalmente real. O Natal devia ter uma componente mais verdadeira, mais palpável. Por exemplo: todos temos um presépio em casa, não é? Todos temos uma árvore de Natal em casa, não é? Todos temos o bacalhau em casa, não é? Então porque é que não podemos ter um burro e uma vaca em casa também? Desculpem, seria muito mais giro e atribuía aquele lado mais autêntico do Natal.

Quer dizer, a bem da verdade, desculpem-me mas eu estou em vantagem: todos os Natais, eu tenho um burro e uma vaca em minha casa. E agora vocês pensam: "Mau, como é que este gajo tem um burro e uma vaca em casa?" É simples, vivo com a minha namorada. Vêem, é só arranjarem alguém e o Natal passa a ter mais autenticidade.

Aliás, até vos conto uma história do meu Natal do ano passado. A Marta convidou o Quaresma para jantar connosco na Consoada. Epá, eu fiquei um bocado ciumento porque, pronto, ele veio de Ferrari, tinha mais ouro e diamantes que a Serra Leoa inteira, o gajo até tem pinta... fiquei incomodado. "Quesver que me vão estragar o Natal?", pensei. Mas depois percebi que não havia razão para ciúmes porque somei dois mais dois: a minha namorada é vesga e então queria estar com um olho no burro e outro no cigano. Ela é muito atenta. É por ser Natal.

Aliás, eu e ele até nos demos logo bem. Somos os dois Ricardo, temos os dois a mesma idade. Acabámos por desenvolver um lelo de ligação. Falamos sempre no Natal, agora.

Pronto, já gosto mais um bocado do Natal. O Natal é fixolas. E agora tenho a certeza que vocês estão a pensar: "Porra, escreve lá mais uma vez a palavra "Natal", que eu ainda não a li vezes suficientes." Calma, foram só oito vezes. 

E vocês agora estão a pensar: "Oito vezes?!" E foram contá-las. E contaram 19 ou 20, não foi? Porque ficaram na dúvida: "Natais conta? Não é a mesma palavra... às tantas tu quesver que ele está a gozar comigo?" Epá, um bocado. Por isso é que escrevi "Natal" a torto e a direito neste texto.

Bom, aproveitem o Natal. É uma altura do ano muito adequada a Dezembro: está frio e isso puxa para estar na lareira, com a família e os amigos a desembrulhar prendas. Ou seja, é uma altura do ano que Natali nada mal.

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