A estranha mania de roubar coisas inúteis
Eu nunca roubei nada. Ah, mas isso vai mudar.
Aqui em Cascais, há uns dias, surgiu a notícia de que roubaram o urso da loja Natura, entretanto já encontrado. E isto lembrou-me as notícias que ouvimos, todos os Natais, de gamarem burros e vacas dos presépios, principalmente nas rotundas, onde não há propriamente dificuldade de acesso.
Mas não pensem que a estranha arte de roubar artefactos inúteis como estes é idiota. Não é. Porque os ladrões convencionais têm grandes carros na garagem, investem em negócios de isenção fiscal, foram ministros ou tiveram um banco. Mas os que roubam estas coisas são diferentes. São originais. Sim, também são parvos mas isto é gente que tem o privilégio de poder chegar a um armazém, onde acumulam os produtos de todos os roubos, e se congratular com o que têm lá:
-Isto sim! Isto é gamar a sério! Ó Mãozinhas, mete aí esse burro de papel reciclado que os putos da C+S de Alguidares de Baixo fizeram ao lado daquele ecoponto amarelo, que estava atrás da paragem de autocarro no Senhor Roubado! Ó Quim Facadas, levanta aquele Coelho da Páscoa gigante de borracha, que afanámos no Colombo no ano passado! Está caído, encosta-o ao sinal de STOP que estava no parque de estacionamento daquele supermercado de Chelas. Ah e dêem banho e de comer ao Pai Natal que estava no Vasco da Gama, que já está a cheirar mal e deve estar com fome. Estás com fome, velhadas?
-Epá mas eu já disse que não sou o Pai Natal... o meu nome é Rúben e estava a ganhar uns trocos para comprar as prendas de Natal...
-Nós sabemos, porque é que achas que te raptámos? Estamos a expandir o negócio! Agora já não gamamos só coisas inúteis. Raptamos gajos inúteis também! Pessoal, bom trabalho caral**!
Claro que, com a falta de coerência dos bandidos, há sempre um ladrão burro que sugere merdas do estilo:
-Ó Chefe, então e agora o que é que vamos gamar a seguir? Que tal umas carteiras na Baixa ou aquela ouriversaria?
-Epá, ó Teixeira, isso é estúpido pá. Tás aqui, tás a andar de mota. Um dia inscrevemos-te na polícia qué p'ra aprenderes.
Vou-me dedicar a esta vida. Isto sim, é algo que vale a pena. Se um dia derem pela falta de um destes cavalos, já sabem quem
foi o campeão que o gamou.
Eu nunca roubei nada. Ah, mas isso vai mudar.
Mas não pensem que a estranha arte de roubar artefactos inúteis como estes é idiota. Não é. Porque os ladrões convencionais têm grandes carros na garagem, investem em negócios de isenção fiscal, foram ministros ou tiveram um banco. Mas os que roubam estas coisas são diferentes. São originais. Sim, também são parvos mas isto é gente que tem o privilégio de poder chegar a um armazém, onde acumulam os produtos de todos os roubos, e se congratular com o que têm lá:
-Isto sim! Isto é gamar a sério! Ó Mãozinhas, mete aí esse burro de papel reciclado que os putos da C+S de Alguidares de Baixo fizeram ao lado daquele ecoponto amarelo, que estava atrás da paragem de autocarro no Senhor Roubado! Ó Quim Facadas, levanta aquele Coelho da Páscoa gigante de borracha, que afanámos no Colombo no ano passado! Está caído, encosta-o ao sinal de STOP que estava no parque de estacionamento daquele supermercado de Chelas. Ah e dêem banho e de comer ao Pai Natal que estava no Vasco da Gama, que já está a cheirar mal e deve estar com fome. Estás com fome, velhadas?
-Epá mas eu já disse que não sou o Pai Natal... o meu nome é Rúben e estava a ganhar uns trocos para comprar as prendas de Natal...
-Nós sabemos, porque é que achas que te raptámos? Estamos a expandir o negócio! Agora já não gamamos só coisas inúteis. Raptamos gajos inúteis também! Pessoal, bom trabalho caral**!
Claro que, com a falta de coerência dos bandidos, há sempre um ladrão burro que sugere merdas do estilo:
-Ó Chefe, então e agora o que é que vamos gamar a seguir? Que tal umas carteiras na Baixa ou aquela ouriversaria?
-Epá, ó Teixeira, isso é estúpido pá. Tás aqui, tás a andar de mota. Um dia inscrevemos-te na polícia qué p'ra aprenderes.
foi o campeão que o gamou.
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